terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Carl Sagan - Pale Blue Dot

Preface:

On October 13, 1994, the famous astronomer Carl Sagan was delivering a public lecture at his own university of Cornell. During that lecture, he presented this photo:



The photo above was taken by Voyager 1 in 1990 as it sailed away from Earth, more than 4 billion miles in the distance. Having completed its primary mission, Voyager at that time was on its way out of the Solar System, on a trajectory of approximately 32 degrees above the plane of the Solar System. Ground Control issued commands for the distant space craft to turn around and, looking back, take photos of each of the planets it had visited. From Voyager's vast distance, the Earth was captured as a infinitesimal point of light (between the two white tick marks), actually smaller than a single pixel of the photo. The image was taken with a narrow angle camera lens, with the Sun quite close to the field of view. Quite by accident, the Earth was captured in one of the scattered light rays caused by taking the image at an angle so close to the Sun. Dr. Sagan was quite moved by this image of our tiny world. Here is an enlargement of the area around our Pale Blue Dot and an excerpt from the late Dr. Sagan's talk:
"We succeeded in taking that picture [from deep space], and, if you look at it, you see a dot. That's here. That's home. That's us. On it, everyone you ever heard of, every human being who ever lived, lived out their lives. The aggregate of all our joys and sufferings, thousands of confident religions, ideologies and economic doctrines, every hunter and forager, every hero and coward, every creator and destroyer of civilizations, every king and peasant, every young couple in love, every hopeful child, every mother and father, every inventor and explorer, every teacher of morals, every corrupt politician, every superstar, every supreme leader, every saint and sinner in the history of our species, lived there on a mote of dust, suspended in a sunbeam.

The earth is a very small stage in a vast cosmic arena. Think of the rivers of blood spilled by all those generals and emperors so that in glory and in triumph they could become the momentary masters of a fraction of a dot. Think of the endless cruelties visited by the inhabitants of one corner of the dot on scarcely distinguishable inhabitants of some other corner of the dot. How frequent their misunderstandings, how eager they are to kill one another, how fervent their hatreds. Our posturings, our imagined self-importance, the delusion that we have some privileged position in the universe, are challenged by this point of pale light. Our planet is a lonely speck in the great enveloping cosmic dark. In our obscurity -- in all this vastness -- there is no hint that help will come from elsewhere to save us from ourselves. It is up to us. It's been said that astronomy is a humbling, and I might add, a character-building experience. To my mind, there is perhaps no better demonstration of the folly of human conceits than this distant image of our tiny world. To me, it underscores our responsibility to deal more kindly and compassionately with one another and to preserve and cherish that pale blue dot, the only home we've ever known."

 

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012


Medo da Eternidade - Clarice Lispector

Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.


Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.


Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:


- Como não acaba? - Parei um instante na rua, perplexa.


- Não acaba nunca, e pronto.


- Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual já começara a me dar conta.


- Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.


- E agora que é que eu faço? - Perguntei para não errar no ritual que certamente deveira haver.


- Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.


- Perder a eternidade? Nunca.


O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.


- Acabou-se o docinho. E agora?


- Agora mastigue para sempre.


Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da idéia de eternidade ou de infinito.


Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.


Até que não suportei mais, e, atrevessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.


- Olha só o que me aconteceu! - Disse eu em fingidos espanto e tristeza. - Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!


- Já lhe disse - repetiu minha irmã - que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.


Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra na boca por acaso.


Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

13ª semana de Gestação


O bebê pode chegar a 78mm de comprimento e pesar em torno de 20g.
O feto está completamente formado, cabeça e corpo estão ficando proporcionais.
Agora se inicia a fase de maturação dos órgãos. Engole líquido amniótico e o excreta como urina no próprio líquido que é renovado a cada três horas.
O útero ocupa a parte superior da pelve, mais ou menos 10cm abaixo do umbigo. Alguns quilos a mais aparecem e a irritabilidade diminui. Fique atenta a todos sinais de seu corpo.

O útero é o órgão que guarda e protege o feto, líquido amniótico, placenta e cordão umbilical.
Já o líquido amniótico não deixa a parede do útero apertar e sufocar o bebê. Outra função é de isolar o bebê do frio e do calor. Amortece os possíveis esbarrões e choques bruscos que a mamãe levar na barriga.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Reveion - Barra do Una / Reserva Ecológica Juréia Itatins

Como todo mundo já sabe eu sou bicho do mato mesmo, e como depois não iria poder ir acampar, decidi acampar no reveion e ir mais uma vez para esse paraíso distante que é a Barra do Una.

Geralmente ficamos no ultimo camping no pé da montanha e de frente pro mar, tudo lá é muito verde .... eu me sinto como nas Brumas de Avalon, perdida no mundo das fadas....

Tentamos pescar, acabamos comprando um Robalo de um pescador, encontramos os insetos mais exóticos, a onça ainda não apareceu pra mim , mas acredito que ainda um dia vou ve-la na natureza. Comemos peixe assado na fogueira, ficamos  pelado na praia deserta, encontramos Lacraia, Cogumelos, Besouros e Cigarras, muiras aranhas, Corujas, etc etc

Tomamos banho de mar e banho de Rio ... ahhhh foi tudo muito bom !!!!!!
























sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Por Que Nós? - Marcelo Jeneci

Por Que Nós?

Éramos célebres líricos
Éramos sãos
Lúcidos céticos
Cínicos não
Músicos práticos
Só de canção
Nada didáticos
Nem na intenção
Tímidos típicos
Sem solução
Davam-nos rótulos
Todos em vão
Éramos únicos
Na geração
Éramos nós dessa vez
Tínhamos dúvidas clássicas
Muita aflição
Críticas lógicas
Ácidas não
Pérolas ótimas
Cartas na mão
Eram recados
Pra toda a nação
Éramos súditos
Da rebelião
Símbolos plácidos
Cândidos não
Ídolos mínimos
Múltipla ação
Sempre tem gente pra chamar de nós
Sejam milhares, centenas ou dois
Ficam no tempo os torneios da voz
Não foi só ontem, é hoje e depois
São momentos lá dentro de nós
São outros ventos que vêm do pulmão
E ganham cores na altura da voz
E os que viverem verão
Fomos serenos num mundo veloz
Nunca entendemos então por que nós
Só mais ou menos

( Marcelo Jeneci )